Novos números da Mielo
A síndrome da medula presa é uma complicação do reparo da espinha bífida que ocorre normalmente depois dos 3 anos de idade e que pode comprometer, entre outros, principalmente a capacidade de caminhar.
Realizamos um estudo de coorte observacional para determinar o estado de deambulação e a de “soltar” a medula. De maio de 2013 a abril de 2024, operamos 201 casos de espinha bífida aberta por abordagem fetoscópica percutânea entre 25-28 semanas de gestação. Após a dissecção do placódio, é colocado um retalho de biocelulose para cobri-lo, um retalho miofascial (quando possível) é girado e suturado acima do retalho, seguido de fechamento da pele.
Um total de 69 casos foram reparados há 7 anos ou mais. Os bebês foram avaliados para determinar o estado de deambulação e se apresentavam sintomas ou cirurgia para soltar a medula.
Resultados:
Um total de 53 casos com 6 anos ou mais foram avaliados em 2024, 57% deambulavam de forma independente e foi necessário soltar a medula em 11% (6 de 53). Todos os 53 casos haviam sido avaliados em 2023 e a comparação não mostrou diminuição de deambulação. Comparando os nossos resultados com o ensaio MOMS, nenhum bebê perdeu a capacidade de andar após a cirurgia de medula presa, enquanto 11% deixaram de andar, reduzindo a deambulação independente para 29% em idade escolar no ensaio MOMS.
Conclusão:
Na idade escolar, a correção da mielo baseada na técnica com biocelulose resulta em maior deambulação e numa menor necessidade de soltar a medula do que no ensaio MOMS. Necessitamos de estudos comparando as técnicas neurocirúrgicas atualmente em uso com o reparo usando a biocelulose, este reparo pode ser usado independentemente da abordagem uterina, ou seja, na cirurgia aberta, nas assistidas por laparotomia ou fetoscópicas.